
Entrevista com João Pedro, jogador dos Vilanovenses
João Pedro, jogador dos Vilanovenses com um imenso historial no futebol distrital e também já com passagens pelos nacionais de futebol e até de seleção sub-18, em entrevista exclusiva ao MaisBeiras Informação sobre o seu percurso na modalidade e sobre o que ainda está para vir.
João, uma carreira muito longa que já levas no futebol, com passagens em vários clubes e realidades diferentes, até de nacional. Queria perguntar-te: como está por estes dias o tal bichinho do futebol? É ele que ainda hoje te faz continuar no ativo?
O bichinho do futebol continua sempre presente e é esse bichinho que me mantém ainda vivo/ativo no mundo do futebol, por várias circunstâncias da vida a disponibilidade tanto física como emocional não é a mesma que tinha nos anos de formação ou até nos primeiros anos como sénior, mas a paixão pelo futebol (balneário, amigos, convivência) e aquela ansiedade que chega ao domingo mantém – se sempre presente.
Neste percurso tiveste certamente vários momentos muito especiais e conquistas muito importantes. Quais são as que destacas?
Como referiste e bem tive momentos muito especiais neste meu percurso e não é fácil destacá-las todas porque tenho mesmo muitos e bons momentos, mas vou referir apenas algumas como foi o caso da chamada à ao estágio da seleção nacional de sub 18 para os particulares com a França na época 2007/2008, nas duas épocas seguinte alcancei o sonho de criança que era ser jogador de futebol profissional ao serviço do Paços de Ferreira, mais tarde mesmo que a um nível amador alcancei o meu primeiro título como campeão distrital pelo C. D. Gouveia na época 2013/2014, na época 2018/2019 aquela que considero a melhor época desportiva a nível individual e coletivo conquistei o prémio de melhor jogador do campeonato distrital e o título de campeão pelo Ginásio Figueirense e por fim esta última época ao serviço do C. F. Os Vilanovenses a ser premiada com o título de campeão distrital da 2ª divisão distrital. São estes os pontos altos da minha carreira.
Em tantos anos no futebol acredito também que tenhas cruzado com imensa gente boa e que te impactou positivamente como jogador e como pessoa. Se tivesses de dar destaque a alguns desses nomes, quem referias e porquê?
Não é uma pergunta fácil de responder porque por todos os clubes e lugares que passei guardei boas memórias e conquistei muitas amizades e realmente é isso que perdura. Mas poderei mencionar algumas pessoas como é o caso do meu tio Júlio Almeida, foi ele que me impulsionou e me incentivou a jogar futebol, levou-me ainda como infantil para o U. D. SEIA é ainda me levou no último ano de Juvenil para os seniores do D. Gouveia. Destaco ainda o mister Ulisses Morais que apanhei no 1º ano de sénior no Paços de Ferreira e me deu uma nova vida numa fase de maior dificuldade desportiva e motivacional. Mas como te digo é injusto mencionar apenas estas 2 pessoas porque felizmente alcancei e ganhei muita gente boa no mundo do futebol, amigos que levo para a vida e sempre que volto a esses locais tenho lá essas pessoas de bem.
Falando agora especificamente do Vilanovenses, estavas na equipa e na época que a equipa decidiu não competir nas provas ainda em altura de pandemia quando recomeçaram, fizeste a temporada no Celoricense, mas regressaste logo depois. Isso acontece porque acreditavas no projeto e na palavra que tinhas dado antes?
Sim infelizmente com a pandemia tivemos que alterar de certa forma os planos dessa época no C. F. Os Vilanovenses, sendo que seria uma época sem os nossos adeptos na bancada a torcer por nós e a poder contribuir de certa forma a nível financeiro com a bilheteira, sorteios etc decidimos e bem não entrar no campeonato visto que iria ser uma época muito complicada, mas tanto eu como 95% do restante plantel mantiveram a palavra que na época seguinte independentemente do que acontecesse no clube nós voltaríamos a “casa” para lutar pelos nossos objetivos. Tanto eu como eles não queríamos ficar parados e decidi manter a competitividade noutro clube neste caso o S. C. Celoricense, uma época algo atípica mas muito positiva para aquele grupo onde conquistámos um meritório 4º lugar. Na época seguinte como tinha dado e honrado a minha palavra voltei à “minha casa” e voltámos a colocar o clube onde realmente ele merecia estar e nunca deveria ter saído.
Tens criado aqui no Vilanovenses laços importantes e especiais. Como descreverias esta relação com o clube, com os colegas de equipa, com a própria equipa técnica com a qual se nota que tens uma ligação muito próxima?
Sem dúvida que criei e tenho criado muitos laços no Vilanovenses não só a nível desportivo mas também familiar e muito também a nível da comunidade. Foi através do futebol que de forma direta ou até indireta conheci a minha mulher, a pessoa que tem sido essencial nesta caminhada, foi lá também que criei a ligação com o povo Vilanovense e não me refiro só a nível desportivo, é prestigiante andar pela vila e ser reconhecido e acarinhado por quase toda a população, onde quer que vá ali é visível “olha o João Pedro está aqui connosco”. A nível de plantel e a ligação que existe é muito boa, fazendo parte do grupo dos capitães tem e dá – me outras responsabilidades mas que me orgulho muito de fazer, a maior parte deste grupo são amigos de infância ou até mesmo malta que jogo há muitos anos, existe uma forte ligação entre nós e considero realmente uma família, já na última época o achava. Relativamente à ligação existente com a direcção e equipa técnica é muito boa até porque o mister Rodrigo Fonseca jogou comigo e é um grande amigo meu de há muitos anos, o mister Nuno Nascimento também já meu conhecido de Celorico de há alguns anos em que temos muita comunicação e a amizade, e por fim o Pedro Fidalgo uma pessoa fantástica e que me surpreendeu bastante pela positiva pela importância e dedicação ao clube.
A época passada, até pelos objetivos alcançados com título e subida de divisão, deve ter tido um sabor especial. Que análise fazes desse último ano?
Fernando a época anterior tem um sabor agridoce em todos nós vilanovenses porque conquistamos os 2 objetivos principais que era a subida de divisão e o título de campeão do campeonato distrital da 2ª divisão, mas os outros 2 objetivos ficaram por terra, o vencer a taça da 2ª distrital e a chegada à final da taça de Honra seriam os outros 2 objetivos e por infelicidade eu diria mesmo azar não os conseguimos alcançar. Mas considero sem dúvida uma época bem positiva onde todos os atletas e própria equipa técnica se valorizaram.
Esta temporada ainda está a decorrer e a equipa, embora tenha com o tempo perdido fôlego na luta pelo título, esteve grande parte da época inserida nesse lote e está agora claramente a disputar a segunda posição. Está dentro dos objetivos a que se tinham proposto neste regresso à 1ª Divisão ou está a superar as expetativas que tinham definido no começo? Como analisas a temporada até agora?
A nível dos objetivos da época a equipa tem-se mantido nos objetivos, estamos no lote dos primeiros 4 classificados portanto mantemo-nos no objetivo, existe uma equipa que se destaca sem dúvida que é o Gouveia, numa realidade muito diferente do que são as restantes equipas do campeonato mas que até meu ver se torna um justo líder, depois como é visível do 2º ao 6º classificado existe um enorme equilíbrio e em que acredito que até à última jornada irá ser disputado por estas equipas. Falhámos redondamente o outro objetivo que seria a conquista da taça fizemos uma campanha um pouco àquem mas infelizmente o futebol tem destas coisas e quando é uma competição a eliminar as coisas tornam-se mais difíceis.
Quais são os objetivos para esta reta final?
Os objetivos para esta reta final é tentar ao máximo vencer os 5 jogos que faltam disputar e tentar pelo menos o 2º lugar e garantir assim o acesso direto à taça de Portugal, competição essa que nos daria sempre um grande prestígio não só a nível desportivo mas também à nível económico, tanto para o clube como para as empresas locais. Tentar também de certa forma valorizar alguns dos nossos atletas que têm uma margem de progressão ainda grande e que possam vir a dar o salto para um patamar mais profissional.
Embora ainda seja cedo para falar de próxima época, o plano passa por continuar no Vilanovenses se tal se proporcionar?
Sim neste momento da minha carreira não me imagino noutro clube que não seja o Vilanovenses, seja como jogador, como treinador ou até mesmo dirigente, mas como costumo dizer o futuro só a Deus pertence. Gostaria de ainda fazer mais uma ou duas épocas e encerrar a carreira de forma positiva e com o sentimento de dever cumprido, transmitir principalmente aos mais jovens o impacto e a responsabilidade que existe em ser “jogador de futebol “ porque isto tem muito mais do que marcar um golo da vitória no último minuto ou até mesmo vencer os jogos todos, neste momento um jogador de futebol seja ele profissional, semi-profissional ou amador implica outras responsabilidades. Agradecer–te também Fernando pela oportunidade de transmitir algo de mim e do futebol, o meu enorme bem haja.