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Diretor: Paulo Menano

Estórias d’aqui: A cabeleireira que divide o Banco da Ótica


Flávia Figueiredo é a contadora desta estória.

A primeira estória desta rubrica é a da Flávia, uma jovem empreendedora de Chãs Tavares, que sediou a sua empresa na vila de Fornos de Algodres. Abriu o seu cabeleireiro em 2009, achando que o tipo de mercado fosse outro, e aqui permaneceu durante os últimos 12 anos.

É ao lado da sua mãe, Carla Pedro, que a vamos encontrar e onde opera o seu negócio e manuseia as tesouras.

Flávia tirou o seu curso em 2009, através do IEFP, e abriu o seu espaço onde agora se podem realizar vários procedimentos estéticos, desde o mais básico corte de cabelo de senhor, até à aplicação de pestanas nas senhoras, ou ainda fazer uma tatuagem, com uma artista que se desloca até ao seu salão.

O espaço, acolhedor e jovem, situa-se na Estrada Nacional 16,  e divide a Caixa , da Ótica .

Segundo a proprietária, o desconfinamento veio trazer mudanças à sua arte. As pessoas já não passam ali tanto tempo, nem gastam ali tanto dinheiro. O escasso movimento da vila também não alegra, e Flávia revela-nos que na reabertura a 15 de março, os seus serviços retomaram a todo o gás. As primeiras semanas depois da reabertura permitiram uma recuperação, mas neste momento voltou tudo ao normal. Estando a funcionar por marcação, Flávia pode atender no seu salão de cabeleireiro 2 clientes, e é permitida a espera de mais um dentro das instalações. Quando os dias são mais calmos, Flávia admite que “se não tivermos marcações, vemos se podemos atender quem chega”.

A recuperação da qual Flávia fala, deve-se ao facto de tudo ter parado no país. “Havia pessoas que já não iam ao cabeleireiro à muito tempo”, afirma.

O sol foi de pouca dura, e a empreendedora afirma notar um receio nos clientes, principalmente nos que vinham semanalmente. “As pessoas passam menos tempo cá, e já não fazem o mesmo tipo de tratamento. As pessoas já esperam até à ultima para vir cá”, remata.

“Acho que as pessoas já têm receio de gastar dinheiro neste tipo de serviços, porque não sabem o que está para vir daqui para a frente”.

A porta mantém-se entreaberta, e os pingos de chuva no exterior deixam visíveis as poucas pessoas que se apressam a atravessar a estrada, e pôr-se em fila perto da porta. É dia de receber a reforma, e a fila é para o Banco.