Texto de João Bento
Depois deste colóquio, que com muito gosto assisti, recheado de oradores de excelência, despertou em mim a vontade de,na minha humilde experiência enquanto agente desportivo, perceber que futebol eu quero em 2020, ano do mundial de futebol em Portugal.
Parece-me evidente que todos sentimos e desejamos que precisamos de um futebol mais intenso ( com mais tempo útil) e com mais golos.
Sendo óbvios esses desejos de todos os muitos amantes da modalidade, há que pensar no que podemos fazer para que o nosso futebol (internacional, nacional, distrital, sénior, jovem) tenha no futuro mais intensidade(com isso mais tempo útil de jogo) e mais golos.
Muito se tem falado nos últimos tempos de algumas possibilidades de alteração às leis de jogo que poderiam ir de encontro a esses propósitos, nomeadamente no que ao número de golos diz respeito. Recordo a proposta de aumento das balizas (para mim despropositada pois estaríamos, ainda mais, a castrar excelentes praticantes para a posição em função de uma única variável física: a altura, desperdiçando talentos como noutros tempos tivemos dando o exemplo do malogrado Manuel Galrinho Bento, que provavelmente já nos dias de hoje não integraria nenhum plantel sénior profissional) e a alteração à lei do fora de jogo (aumentando a “área útil” de jogo, mas diminuindo a capacidade de operacionalizar e potenciar a profundidade, algo que sinto será o futuro dos modelos de jogo ofensivos do futebol).
Deixo então as minhas propostas, que naturalmente não serão só minhas mas que são genuinamente minhas, como podem comprovar alguns amigos com quem tenho expressado de há algum tempo a esta parte estas minhas ideias:
1) para o aumento da intensidade e aumento do tempo útil de jogo:
– passar de 5 para 7 substituições. Nos dias de hoje a maioria dos campeonatos já prevê 9 suplentes mas não prevê o aumento de substituições. Sem mexer nas 3 interrupções permitidas, esta seria uma forma de colocar jogadores frescos e com isso aumentar a intensidade do jogo;
– sempre que o guarda redes seja assistido, sem ser em resultado de uma evidente lesão provocada, por exemplo, por um contacto com adversário/colega/recinto de jogo (todos sabemos a que situações me refiro) o capitão de equipa ou sub capitão se o capitão for o guarda redes, ficará fora de campo o tempo que demorou a assistência ao guarda redes;
2)Para aumentar o número de golos deixo uma sugestão que sei ser polémica mas que, sem mexer no campo de jogo, iria alterar a abordagem aos jogos:
– Derrota: 0 pontos
– Empate 0-0: 1 ponto
– Empate com golos: 2 pontos
– Vitória: 3 pontos (assumo que a minha ideia original seria que o empate 0-0 tivesse 0 pontos o que faria com que as equipas que não marcassem qualquer golo sabiam que não iriam pontuar…)
Esta é a minha reflexão, que poderá ser entendida como ponto de partida para se poder alterar o que todos achamos estar menos bem no desporto que tanto gostamos, mas que poucos refletem, assumem, …, medidas que possam ir de encontro a tornar o futebol ainda mais atrativo.
João Bento