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Diretor: Paulo Menano

Mangualde promove “Dia aberto” no Palácio dos Condes de Anadia


No dia 27 de março, o Município de Mangualde e o Palácio dos Condes de Anadia promovem um “Dia Aberto” ao Palácio dos Condes de Anadia, à Igreja da Misericórdia e à Ermida da Sra. do Castelo, com visitas guiadas.

 

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias, através do formulário no site: https://forms.office.com/r/Z4kcuuMYVz ou do telefone 232 613 980.

 

O ponto de encontro será pelas 9h00, em frente ao Palácio, com caminhada até a Ermida da Sra. do Castelo.

 

PALÁCIO DOS CONDES DE ANADIA

As origens da Casa dos Paes do Amaral, em Mangualde, remontava a finais do século XVI, tendo sido engrandecida a partir de 1644, quando Gaspar Paes do Amaral, Capitão-Mor de Mangualde, instituiu em vínculo a Capela que possuía nos termos da vila, localizada defronte do senado e consagrada a S. Bernardo.

No primeiro quartel do séc. XVIII, Simão Paes do Amaral, mandou reedificar a antiga casa – obras que seriam continuadas por seu filho Miguel Paes do Amaral, Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, e Senhor Donatário da Vila de Abrunhosa, etc. Estas grandes obras que transformariam a pequena casa com Capela num dos mais importantes Palácios barrocos em Portugal, foram efetuadas ao longo de aproximadamente de um século, só sendo concluídas no tempo de Simão Paes do Amaral Quifel Barberino (+ 1807). Em princípios do século XIX, o Palácio de Mangualde era conhecido por Casa dos Paes do Amaral mas, pelo casamento de Manuel Paes do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel Barbarino, 10.º Senhor da Casa de Mangualde, com sua sobrinha D. Maria Luiza de Sá Pereira de Menezes de Mello Sottomayor, 3.ª Condessa de Anadia, passou a ser conhecido por “Palácio Anadia”.

Várias figuras históricas passaram por este Palácio, como o Marechal Massena, Príncipe d`Essling comandante do exército francês que, em 1810, invadiu Portugal pela terceira vez, ou o El-Rei D. Luiz I, que o visitou em 1882 quando da inauguração do Caminho de Ferro da Beira Alta e mais tarde El – Rei D. Carlos I.

Caracterizado por uma marcante fachada ocidental, por uma italianizante fachada sul e por uma fachada nascente acastelada, pelas suas cantarias, pelos azulejos setecentistas, e obras de pintores como Pellegrini, Giagenti, ou Lanzarotto, o Palácio Anadia é, em Portugal, um dos mais importantes exemplos da arquitetura senhorial setecentista. O Palácio tem uma quinta adjacente com Parque e seus jardins, e uma Mata plantada no século XVIII. O conjunto arquitetónico está classificado como “Imóvel de Interesse Público”.

Mais info + www.palacioanadiamangualde.com

 

IGREJA DA MISERICÓRDIA

Mandada construir por Simão Paes do Amaral, entre 1721 e 1764, a Igreja da Misericórdia de Mangualde é obra de Gaspar Ferreira, arquiteto e entalhador de Coimbra. O imóvel é constituído pela igreja e sacristia, casa de despacho, torre, casas do capelão e arrumos de rés-do-chão. O conjunto, harmonioso, apresenta algumas peculiaridades que o singularizam no vasto património arquitetónico concelhio e da cidade. Na realidade, destaca-se a originalidade de uma varanda amplamente aberta sobre um pátio, como se de uma casa senhorial residencial se tratasse. Ao mesmo tempo, a torre sineira não está diretamente acoplada à igreja propriamente dita, mas sim integrada no conjunto arquitetónico. É, por isso, um exemplar que assenta a sua planta nas primitivas “casas de misericórdia” do século VXI e XVII. No seu interior, na capela-mor, é o retábulo joanino, o mais artístico de toda a Diocese de Viseu, que prende a atenção pelo seu esplendor barroco. O teto apresenta 15 extraordinários painéis pintados do seculo XVIII.

As paredes laterais do templo apresentam azulejos da escola de Coimbra que representam símbolos marianos e várias cenas religiosas, como as Bodas de Canaã, São Martinho e a Multiplicação dos Pães e dos Peixes. Os azulejos da capela-mor são de 1724, ao passo que os da nave central datam 1746. O teto da neve central, em madeira, é coberto na íntegra por uma magnífica pintura em trompe l´oeil representando Nossa Senhora da Assunção. Está classificado como Monumento de Interesse Publico, desde 1977.

 

ERMIDA DA SRA DO CASTELO

A Igreja de Nossa Senhora do Castelo está construída no topo do monte com o mesmo nome, no local do antigo povoado fortificado da Idade do ferro e, mais tarde, romanizado. Foi inaugurada com a entronização da imagem a Nossa Senhora do Castelo, em 1832. Composta por dois corpos, nave central e capela-mor, sobressai a torre ameada erguida a partir da fachada principal que, com 38 metros, se eleva até às nuvens. Templo neoclássico, o seu interior é luminoso devido ao azul-celeste dos tetos. Na elegante capela-mor levanta-se um retábulo de altos degraus, onde, no trono central, está a imagem soberana da Virgem com o menino ao colo. Coroando o monte, a ermida integra o santuário constituído pelo escadório, e capelas anexas, construídas no século XVIII, de feição barroca. Dominante sobre uma vasta região geográfica exerce um poder místico e religioso que ultrapassa os limites do concelho de Mangualde. Classificada na categoria de Monumento de Interesse Público, desde 29 de abril de 2013.