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Viseu só aceita transferência de competências na saúde com “a mochila adequada”


O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas (PSD), disse hoje que a autarquia só aceitará a transferência de competências na área da saúde com “a mochila adequada” para as exercer bem.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião de Câmara de hoje, Fernando Ruas defendeu que deve ser aproveitada “a facilidade da subsidiariedade, mas não mais do que isso”.

“Devemos dizer que com a subsidiariedade fazemos melhor, mas fazemos melhor com os mesmos meios (do Governo), não fazemos melhor com menos meios”, frisou o antigo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

Fernando Ruas garantiu que, mesmo após “uma reatualização de valores em mais 20%”, o município de Viseu não aceitará a transferência de competências nesta área.

Segundo o autarca, “uma das propostas é transferir para a Câmara a responsabilidade das atuais instalações no ‘edifício alto’, entre o segundo e o nono andar”, sendo referido que o elevador do prédio, “está em condições, funciona”.

“Aquele elevador é de 1970. Está em condições agora. Temos que acautelar, se é uma transferência de competências, a dotação para o futuro”, exemplificou.

O Governo considera transferidas para os municípios competências na saúde a partir de sexta-feira, apesar dos pedidos de adiamento do prazo por autarcas, que consideram insuficientes as verbas atribuídas para desempenharem tarefas como a gestão de centros de saúde.

Numa altura em que apenas cerca de 30% das câmaras aceitaram as competências a descentralizar na saúde, a ministra responsável pela administração local cessante, Alexandra Leitão, recusou um adiamento, mas alertou que, apesar de o Governo considerar transferidas estas competências para os municípios, elas de facto só entram em vigor quando cada uma das câmaras envolvidas assinar com a administração central um auto que especifique o que é transferido e as contrapartidas.

Ou seja, apesar de o ‘dia D’ ser formalmente na sexta-feira, na prática o processo na saúde pode arrastar-se no tempo.

No entender de Fernando Ruas, “há duas formas de ter a competência”, sendo uma “discuti-la, aceitá-la, e essa tem que ser negociada”, e outra impô-la.

“Se for negociada, eu aceito a competência como boa. Se não, não há transferência de competência, há imposição de competência”, frisou o autarca.

Entre as competências a descentralizar nesta área está a responsabilidade pela gestão operacional e financeira dos centros de saúde na sua área geográfica, designadamente a manutenção, conservação e gestão dos equipamentos (exceto equipamentos médico), a participação no planeamento, gestão e investimento em novas unidades de cuidados de saúde primários, incluindo construção, equipamento e manutenção, e a gestão dos trabalhadores da carreira de assistente operacional dos agrupamentos de centros de saúde.

 

Fonte: Lusa