
Opinando: “Liberdade para crescer, coragem para mudar”
São sete meses à espera de uma consulta. Foi o que me contou uma senhora já com uma certa idade, sentada à porta de casa, que me falou com a simplicidade de quem já viu muito e espera pouco. Foi numa pequena ação de campanha porta-a-porta que ouvi o seu desabafo, situada em uma das pequenas freguesias do concelho de Castelo Branco. Falou-me do seu neto ainda pequenino, e do medo que ele cresça num país onde o futuro parececada vez mais adiado, em que o Estado falha a quem dele mais precisa. Quando o Estado falha, trai todos aqueles que lutaram orgulhosamente pela existência de um Estado Social digno. Infelizmente, num ato de má-fé, ou simplesmente por cegueira partidária, há quem afirme que a Iniciativa Liberal quer acabar com o mesmo. É mentira! Muito pelo contrário, é altura de dignificar o seu significado e defender o seu verdadeiro compromisso com as pessoas.
Uma mentira, apesar de contada muitas vezes, não significa que se torne verdade. Tem sido uma prática recorrente acusar a Iniciativa Liberal de ignorar e querer acabar com o Estado Social português, o que não passa de mero preconceito político e desonestidade intelectual, alimentado por quem não leu, ou finge que não leu, aquilo que defendemos. Basta olhar para as nossas propostas para perceber, precisamente, que o nosso objetivo é garantir que todos, sem exceção, não sejam deixados de parte e tenham uma oportunidade real de construir a sua vida. Essa é a verdade, não queremos deixar ninguém para trás, e acreditamos que a liberdade não se conquista com um Estado que promete igualdade de resultados, mas sim num Estado que garante igualdade de oportunidades.
Para isto ser possível, é fundamental criar as condições para que qualquer pessoa, independentemente do seu ponto de partida, possa estudar, trabalhar, investir e crescer. E isso faz-se com serviços públicos de qualidade, com escolas que funcionem, cuidados de saúde acessíveis a todos, uma justiça célere, com segurança garantida e uma economia que fomente o crescimento, gere empregos e crie riqueza. Não é o Estado que deve decidir o destino de cada um, é cada um que deve poder decidir o seu caminho, com a garantia de que o Estado não lhe vai fechar portas à partida. Queremos um país onde o ponto de partida de cada um não dite o destino, em que a liberdade é um direito fundamental para a construção de um futuro próspero.
Mas garantir oportunidades exige mais do que boas intenções. Exige um programa de governo que abrace uma economia saudável, que crie riqueza, que premeie o esforço e devolva resultados. O crescimento económico é o motor do elevador social, é através dele que evitamos as tensões sociais e aumentamos o “tamanho do bolo”, de modo a podermos distribuir mais do que a mera escassez de recursos. Não podemos querer um Estado Social ao estilo sueco com uma economia com apenas um terço da sua riqueza por habitante, quando comparada com o país nórdico. Primeiro é preciso criar. Só depois podemos sustentar, com justiça, aquilo que todos valorizamos.
É por isso que a Iniciativa Liberal defende que este tem de ser o ponto central da governação. Portugal há demasiado tempo que vive na estagnação e no conformismo, e o resultado é o que se vê: uma classe média sufocada, níveis altos de pobreza, emigração jovem, um Estado Social sob pressão e um país parado. Quando a economia trava, o elevador social avaria.
Assim, torna-se fundamental entender: o crescimento económico é o maior aliado da justiça social. Crescer não deve ser um luxo, mas sim uma necessidade social. Crescer significa dar condições para que todos possam subir na vida pelo seu trabalho e mérito. Não há nada mais benéfico para todos do que uma economia a crescer de forma sustentada. Só assim se gera a receita para pensões dignas, escolas de qualidade, salários valorizados, um SNS eficiente e o bem-estar de todos no seu máximo expoente. O nosso elevador social precisa do motor para funcionar, e sem o crescimento, ficamo-nos pelo rés-do-chão. O futuro constrói-se com decisões. E Portugal precisa de quem assuma a coragem como forma de fazer política, a liberdade em vez do controlo, e o crescimento em vez da estagnação. A Iniciativa Liberal apresenta essa alternativa clara: não queremos perpetuar o sistema, mas sim colocar o Estado a funcionar, a economia a crescer e políticas públicas sérias ao serviço das pessoas.
À simpática senhora, e a todos os portugueses, Portugal não precisa de quem adia, precisa de quem faça. E é isso que a Iniciativa liberal vem trazer: coragem para se fazer. Fazer mais e melhor. Vamos fazer o que ainda não foi feito.
Francisco Carvalho
Membro da Iniciativa Liberal