Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Entrevista com Joel Luís, treinador da AD Manteigas


Joel Luís é treinador da equipa de seniores da AD Manteigas, que milita neste  momento na II Divisão Distrital. Treina o clube do coração e da sua naturalidade afetiva e acredita no projeto em que está a trabalhar, numa equipa muito jovem e com muitas alterações em relação à época passada. Em entrevista ao MaisBeiras Informação, o técnico analisa a temporada e o seu percurso e acredita que há objetivos que irão ser cumpridos até ao fim, embora não dependem claro apenas de si próprios.

 

Joel, ainda antes de irmos a esta nova temporada que agora está a decorrer, comecemos por falar na última época. Regresso às provas pós-pandemia, numa realidade de II Divisão Distrital, que não correu talvez como esperavam. O que faltou à equipa para poder competir pelo topo da tabela? 

R: Antes de mais, o meu bem-haja pelo interesse nesta entrevista. Respondendo à primeira pergunta, a época passada ficou algo comprometida logo no início, quando houve um desentendimento entre a direção e a autarquia quanto ao protocolo a estabelecer. Quando a situação ficou resolvida já era tarde para recrutar jogadores que estavam referenciados, uma vez que já tinham assinado por outros clubes. Conseguimos construir mesmo assim um grupo coeso e unido, mas a maioria dos jogadores tinham abandonado a competição há vários anos, mostrando essencialmente dificuldades ao nível físico para acompanhar as solicitações do treino e competição, tendo as lesões sido uma constante todas as semanas no plantel.  

A ligação ao clube vai-se mantendo ano após ano e são já muitas temporadas no comando da equipa. É uma ligação que já significa muito mais do que a comum relação entre um clube e um treinador? 

R: A ligação ao clube vem da minha naturalidade afetiva, uma vez que sou manteiguense. Nasci, resido e vivo Manteigas desde sempre, mesmo quando estive fora durante 7 anos. Além desta parte emocional vem a parte desportiva uma vez que foi o clube que me formou como jogador e despertou o interesse em querer ser treinador. Portanto, citando um treinador bem conhecido “é a minha cadeira de sonho”. E digo isto sem hipocrisia nenhuma. Poderia ter a oportunidade de treinar a nível profissional ao mais alto nível, que só me completaria a treinar a Associação Desportiva de Manteigas (ADM) mesmo que essa oportunidade surgisse somente na minha reforma. Infelizmente a realidade é outra e estou onde gosto e quero estar. 

A direção acreditou no teu trabalho e nessa ligação existente entre as duas partes para fazer melhor este ano, algo que está sem dúvida a acontecer. Essa confiança no trabalho e no processo foi também importante para abordar a nova época?

R: A direção conhece os meus métodos, ideologia e ambição desde a primeira época que me contactaram. A transição para as épocas seguintes foi simples pois estamos todos em total sintonia. Esta época o plantel começou a ser construído imediatamente após o último jogo da anterior época, colmatando as posições em que estávamos mais débeis. O investimento foi em muito semelhante ao ano anterior, só que iniciando a sua construção mais cedo conseguimos criar um plantel mais competitivo para atacar esta época.

Esta época o plantel tem muitas caras novas. Era também importante esse aumento de opções e alternativas disponíveis?

R: Claramente. Como disse na anterior pergunta era fundamental reforçar certas posições, pelo que caras novas no grupo teria de ser uma realidade.

Ainda assim, o grupo manteve a espinha dorsal dentro dos possíveis, e vários jogadores muito experientes com muitos anos disto, como é exemplo maior o Mário Carvalho no alto dos seus 44 anos. É importante esse balanço na construção de um grupo forte e coeso?

R: É fundamental esse balanço que falas. Ficaram 9 atletas do ano anterior, a maioria manteiguense, que vive e respira Manteigas, como é o exemplo do Mário, o eterno capitão. É importante ter estes elementos para transmitirem aos “novos” o que é a ADM, sua história, valores e a pura alma serrana.

 No começo da temporada qual foi o objetivo a que se propuseram? Atacar a subida de divisão ficando nos dois primeiros lugares?

R: O objetivo principal foi claro: subir de divisão. Como segundo objetivo definimos sermos campeões distritais. Terceiro objetivo: irmos o mais longe na Taça de Honra. Quarto Objetivo: ganhar a taça da 2ª Divisão Distrital. Possíveis neste momento: os dois primeiros e o quarto. 

Com os jogos que a equipa tem atraso, esse objetivo é possível e real e a poucos jogos do fim é um tema inevitável. Que análise fazes da temporada até agora e como olhas para essa luta pela subida, acesa até ao final?

R: Neste momento faltam 2 jogos e está tudo em aberto para podermos conseguir pelo menos o primeiro objetivo. Já nos tiraram da luta, não dependemos de nós próprios é uma realidade, mas fazendo o nosso trabalho acreditamos que no dia 26 de março seremos felizes.