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Diretor: Paulo Menano

Volta a Portugal: Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados luta por uma etapa ou pelo top 10


A Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados tem como missão fazer com que todos saibam que está na 83.ª Volta a Portugal, com a luta por uma etapa ou pelo ‘top-10’ a ser o ‘mote’ para os seus ciclistas.

“Eu ficava satisfeito e contente como treinador se estivermos na luta de alguma etapa e estivermos na luta para entrar nos 10 [primeiros]. Mas, mesmo assim, estou consciente do difícil que é. Não posso pedir aos atletas que eu tenho que façam nos 10, não lhes posso exigir. Agora, que eu vou pedir, sim, que eles próprios estão com motivação, para tentar, claro que sim”, revelou à Lusa Gustavo Veloso.

Na sua primeira Volta a Portugal como diretor desportivo, o bicampeão (2014 e 2015) diz ter os “pés bem assentes no chão” e reconhece ter “uma equipa pequena”, mas que sabe aproveitar as oportunidades, como aconteceu na Volta ao Algarve, em que o ‘rápido’ João Matias contrariou o poderio das formações WorldTour para vencer a classificação da montanha.

“Podemos não conseguir, mas vendemos a vitória cara. É o que eu digo: mais importante do que os resultados, são as atitudes nas corridas. O nosso principal objetivo é que toda a gente saiba que a Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados está a correr a Volta a Portugal”, assegurou.

Ciente do retorno que uma boa exibição na prova ‘rainha’ do calendário nacional proporciona aos patrocinadores, e apesar de ter sido forçado a ‘reajustar’ pretensões por ter perdido o ‘sprinter’ venezuelano Leangel Linarez, uma peça importante na engrenagem da equipa, por não ter recuperado a tempo de uma queda, o galego admite que “ganhar qualquer classificação seria bom”.

“Estar no pódio de qualquer corrida, é bom. Agora, não saímos com um objetivo fixo para uma classificação, como pode ser a da montanha, porque sabemos que é muito complicado. Andar todos os dias à procura da camisola da montanha, desde o início, é gastar muitas forças. Sabemos que os homens da geral nos finais em alto, que são os que têm mais pontos, vão estar na frente. Vai ser muito complicado, mas não significa que num dia de montanha um homem nosso apanhe uma fuga e se meta na discussão da camisola… Tudo o que conseguirmos na estrada, vamos tentar defender”, prometeu.

Veloso duvida que a ausência da W52-FC Porto, estrutura que representou entre 2013 e 2020 e que dominou a Volta na última década, torne a 83.ª edição mais aberta, porque há outras equipas novas que podem ombrear com a Glassdrive-Q8-Anicolor.

“Está a Efapel, que está a fazer uma grande época com homens que estão a evoluir e entrar no melhor da sua carreira desportiva, com um bloco muito homogéneo. Temos o Delio [Fernández] que volta a Portugal e não sabemos qual vai ser o nível que vai ter este ano, mas de certeza que vai ser bom, porque em 2020 fez nos 10 [primeiros] a correr a Volta numa equipa estrangeira, com um calendário carregado. O [Vicente García] De Mateos voltou à equipa onde fez pódios na Volta e sabemos que é o objetivo dele do ano e que vai estar lá. O Boavista também tem um bloco forte, com muitos trepadores”, enumerou.

Depois, segundo o diretor desportivo da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados, há outras equipas como a sua que, não tendo “esse homem para a geral”, podem beneficiar de alguma situação de corrida inesperada.

“O bom e o bonito do ciclismo é que não é uma equipa contra a outra. São todos contra todos. Isso faz com que as coisas não sejam como pensamos”, completou.

Vencedor da Volta a Portugal em 2014 e 2015, vice-campeão em 2013, 2016 e 2020, e terceiro classificado em 2019, ‘Gus’ fala com propriedade de um percurso que “continua sem ser equilibrado”, apesar de ter menos chegadas em alto do que as edições anteriores.

“Uma corrida de 10 dias, tem três finais em alto e tem uma etapa de sobe e desce. Tem quatro etapas de montanha decisivas e, depois, tem um ‘crono’ muito curto, e que não é um de especialistas, é um ‘crono duro’ em que um trepador consegue ter um resultado bom. E eu acho que a geral de uma prova como a Volta a Portugal tem de ser para o homem mais completo e não para o melhor trepador ou para o melhor contrarrelogista”, defendeu.

Para Veloso, os traçados da prova valorizam “sempre mais um trepador do que um homem completo”.

“A maneira de ser mais completa é equilibrar os quilómetros de contrarrelógio. A etapa da Torre tem mais quilómetros a subir do que tem os ‘cronos’ da Volta”, notou.

Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados

Equipa: Ángel Sánchez Rebollido (Esp), António Barbio (Por), Bruno Silva (Por), Gonçalo Amado (Por), Gonçalo Carvalho (Por), João Matias (Por) e Rui Carvalho (Por).

Diretor Desportivo: Gustavo Veloso.